Falta do preciso

E se eu tivesse levado uma surra de paulada, essa dor no corpo seria justificada. Uma tosse seca se apodera de mim, e alguns séculos atrás, com certeza já estaria com fortes suspeitas de tuberculose. Me remediam, tentam me motivar, das vezes até me alegrar. Tudo em vão.
A três dias Einstein em uma velha camiseta (presente de um amigo querido) não sai do meu corpo. Em dias frios é acompanhado por uma calça xadrez, hoje por um short salmão. As extremidades estão sempre frias, e incomodas. O barulho da TV me irrita. As receitas de Natal, que já começaram a aparecer, muito mais!
A falta do preciso cresce na medida que a felicidade, antes tão presente, diminui.
O medo também cresce, mas em dias como hoje, não é motivador.
Me sinto no olho do furacão. Queria ajuda, mas pedir pra quem?! A maioria não entende, não quer entender ou quando escuta, quer resolver com as mais ralas ideias. Não adianta. Nada adianta.

Pulmões contraídos

E mais um vez o dia só começa depois da hora do almoço, e com aquela sensação de ponto de interrogação. Não, eu já não sinto mais o gosto de chocolate na boca, nem  tento respirar embaixo d'água. Mas é como se eu acordasse de chapéu.
Se pensarmos na história de vida de cada um como um risco de giz, o meu risco é absurdamente fino hoje.
Acho que com o acúmulo de tudo desde agosto, com a iminência da explosão de um fogo de artifício, com o reencontro e desencontro de almas. A fragilidade vibra com isso.
Falling Down   nunca fez tanto sentido e  Ad Ora Incerta e sua criadora me fizeram pensar. Eu gosto do que me faz pensar. Do que implanta uma semente de reverberação.
O entre, assim como o risco, é tão fraco que tenho medo que desapareça.

Nada me acalenta.

Eu não volto mais

Na beira da estrada
A gente sente,
De repente não se quer mais ter
Pernas pra correr
Pena de ser só
Quando já não há voz
Ah! pra onde andar?

http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&v=azWr7Yv5I_s&NR=1

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